Quando falamos sobre o processo de cicatrização da pele após cirurgias ou traumas, é comum surgirem dúvidas sobre queloides e cicatrizes hipertróficas.
Embora sejam condições semelhantes, cada uma possui características específicas e requer cuidados distintos. Saber identificá-las e tratá-las corretamente é essencial para manter a saúde da pele e garantir os melhores resultados após procedimentos estéticos ou reparadores.
Neste artigo, você vai entender a diferença entre queloide e cicatriz hipertrófica, os principais fatores de risco, formas de prevenção e os tratamentos mais indicados.
Continue a leitura e descubra como cuidar bem da sua cicatriz.
Queloide e cicatriz hipertrófica: qual a diferença?
Tanto o queloide quanto a cicatriz hipertrófica resultam de uma produção excessiva de colágeno durante o processo de cicatrização. No entanto, apresentam comportamentos diferentes:
Queloide
- É uma cicatriz espessa, elevada que ultrapassa os limites da ferida original.
- Pode continuar crescendo mesmo após a cicatrização completa.
- Comum em áreas como ombros, tórax, orelhas e costas.
- Pode causar coceira, dor ou desconforto estético.
Cicatriz hipertrófica
- Também é elevada, mas se mantém dentro dos limites da lesão original.
- Tendem a regredir com o tempo, especialmente com cuidados adequados.
- Menos agressiva que o queloide e mais comum em feridas com tensão excessiva.
Reconhecer essas diferenças é fundamental para definir o melhor plano de tratamento e evitar complicações futuras.
Fatores de risco: quem tem mais chance de desenvolver?
Algumas pessoas têm maior predisposição a desenvolver queloides ou cicatrizes hipertróficas. Os principais fatores de risco incluem:
- Genética: histórico familiar aumenta significativamente as chances.
- Tom de pele: pessoas com pele negra, morena ou asiática são mais suscetíveis.
- Idade: jovens entre 10 e 30 anos são os mais afetados.
- Localização da lesão: regiões com maior tensão ou movimento (como tórax e articulações) favorecem cicatrizações anômalas.
- Infecção ou inflamação da ferida: atrasam a cicatrização e favorecem o aparecimento de cicatrizes espessas.
Cuidados essenciais com a cicatrização
A prevenção ainda é o melhor caminho. Confira alguns cuidados para evitar complicações durante o processo de cicatrização:
1. Siga corretamente as orientações pós-operatórias
Após cirurgias plásticas ou procedimentos estéticos, siga à risca as recomendações do seu cirurgião. Isso inclui manter a ferida limpa, usar curativos apropriados e evitar esforços físicos que possam comprometer a cicatrização.
2. Use fitas ou placas de silicone
Produtos de silicone são eficazes na prevenção e tratamento de queloides e cicatrizes hipertróficas. Eles ajudam a reduzir a tensão da pele, mantêm a hidratação e modulam a produção de colágeno.
3. Evite exposição solar
A radiação UV pode pigmentar e endurecer a cicatriz. Use protetor solar com FPS alto e, se possível, proteja a área com roupas ou curativos por pelo menos seis meses.
4. Não coce ou manipule a cicatriz
Evite tocar na cicatriz com frequência. Coçar, massagear sem indicação ou tentar remover crostas pode piorar a aparência da lesão.
5. Aposte na alimentação equilibrada
Uma dieta rica em proteínas, vitaminas A, C e E e zinco contribui para uma cicatrização saudável e reduz o risco de complicações.
Tratamentos disponíveis
Se mesmo com todos os cuidados a cicatriz apresentar alterações, existem opções de tratamento que podem melhorar sua aparência e aliviar os sintomas:
- Corticoides intralesionais: injeções aplicadas diretamente na cicatriz, com ação anti-inflamatória.
- Laser fracionado: melhora a textura e coloração da cicatriz.
Crioterapia: tratamento com nitrogênio líquido, indicado para queloides menores. - Cirurgias revisionais: indicada em casos específicos, com risco de recorrência.
- Terapias combinadas: uso conjunto de técnicas para resultados mais eficazes.
- Betaterapia: tratamento com radiação beta, utilizado principalmente na prevenção e controle do crescimento de queloides e cicatrizes hipertróficas. É mais eficaz quando iniciado logo após a retirada cirúrgica da lesão, ajudando a reduzir a chance de recidiva.
O ideal é que o tratamento seja personalizado, considerando o tipo de cicatriz, tempo de evolução e características da pele do paciente.
Quando procurar um cirurgião plástico?
Caso você perceba que sua cicatriz está aumentando de forma anormal, causando dor, coceira ou desconforto estético, o mais indicado é procurar um cirurgião plástico especializado. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento aumentam as chances de controle e melhora significativa do quadro.
Leia também: Todos os cuidados que você deve ter antes de uma cirurgia plástica
Fique atenta
Queloides e cicatrizes hipertróficas são condições que merecem atenção e cuidado, especialmente após procedimentos cirúrgicos. Com orientação adequada, é possível prevenir complicações e garantir uma cicatrização mais estética e saudável.Se você deseja avaliar sua cicatriz, saber mais sobre os tratamentos disponíveis ou realizar uma cirurgia estética, agende uma consulta com um cirurgião plástico qualificado. Cuidar da sua pele é também cuidar da sua autoestima.